Como sabemos, um grande mérito da
devoção ao rosário é que ela foi revelada por Nossa Senhora a São Domingos, como
um meio para reavivar a fé nas regiões muito devastadas pela heresia dos
albigenses.
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Realmente, a generalização da prática do
rosário obteve um reavivamento da fé. Com isto o rosário passou a ser, nas
épocas em que houve fé verdadeiramente no mundo, uma das devoções clássicas
católicas.
A tal ponto que não só as imagens de
Nossa Senhora do Rosário se generalizaram por toda a Terra, mas também a prática
dessa devoção se tornou comum entre os fiéis. E o uso do rosário pendente da
cintura era um elemento oficial do hábito de muitas Ordens
religiosas.
Dentre as mil coisas que se poderiam
dizer a respeito, eu gostaria de acentuar exatamente esta ligação de origem
entre o rosário e a virtude da fé, entre o rosário e a derrota dos
hereges.
O rosário sempre foi considerado uma
arma potentíssima da fé.
Sabemos que a virtude da fé é a raiz de
todas as virtudes, e as outras têm que brotar de uma fé viva, ou então elas não
são autênticas virtudes. Portanto não nos adianta estar cultivando as outras
virtudes e negligenciando a fé.
Para nós, que levamos uma vida de luta
legal e doutrinária em favor da ortodoxia, e que consideramos a vitória da
ortodoxia e da Contra-Revolução no mundo um ideal de nossa vida, esta devoção
diz muito.
Precisamente porque ela estabelece o
nexo entre nossa vida e a devoção a Nossa Senhora, que aparece claramente aqui
como sendo Aquela que sozinha esmagou todas as heresias, como diz a liturgia.
Esmagou-as, em grande parte, pelo rosário.
O rosário é a “arma” da ortodoxia, a
“arma” do ultramontanismo, é a devoção pela qual esmagamos as raízes de mau
espírito que em nós possa haver, e derrotamos a heresia e o mau espírito na luta
que estes movem contra nós.
De maneira que o rosário é uma prática
típica para nós, e é por esta razão que tanto insistimos sobre ela. De tal
maneira que se deve considerar que a vida de um membro de nossa família de almas
só é normal e só está em regra quando, entre outras coisas, reza diariamente os
três terços do rosário.
Não tem propósito alguém dizer o
seguinte: “Prefiro rezar uma dezena bem rezada do que um rosário inteiro
simplesmente papagaiado”. Houve um santo a quem uma pessoa disse isto, e ele
respondeu: “Está bem, reze com todo o recolhimento uma Ave-Maria”. A pessoa
tentou rezá-la, e não conseguiu. Alguém me afirmou que Santa Teresinha jamais
conseguiu, em toda a sua vida, rezar uma Ave-Maria sem distração.
A verdade é que rezar sem distração uma
Ave-Maria é uma obra-prima. E uma vez que dificilmente se consegue rezar uma
Ave-Maria sequer sem uma certa distração, vale a pena compensar a falta de
qualidade pela quantidade. Se sou capaz de apenas rezar Ave-Marias com
distração, é melhor rezar 50 Ave-Marias com distração do que uma Ave-Maria com
distração. É evidente.
De maneira que a reza do rosário tem muito valor. É uma oração humilde, não é presunçosa, não tem a mania protestante de excesso de prestar atenção nas coisas. Pelo contrário, compreende a fragilidade humana e impulsiona as coisas para a frente. Por isso a repetição que há no rosário está longe, e até muito longe, de ser estéril.
Ela tem o grande mérito da insistência.
O próprio Nosso Senhor recomendou, como uma das qualidades da oração, que ela
fosse insistente. A oração insistente consegue as coisas. Se insistirmos, ainda
que verbalmente apenas, obteremos a graça.
Recomendo, portanto, a oração do rosário
como sendo a “arma” do contra-revolucionário para perseverar, para se santificar
e para derrotar as heresias.
Prof. Plinio Corrêa de
Oliveira
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012
DEVOÇÃO AO SANTO ROSÁRIO
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